7º Encontro da Mulher Metroviária: a mulher negra e sua invisibilidade

O debate sobre a mulher negra e sua invisibilidade foi coordenado pelas diretoras Elaine Damásio e Jeanice Barbosa, com participação de Deise Benedito – da Fala Preta; Irani Cavalcante – coordenadora nacional da UBM e Marcos Freire – coordenador do coletivo LGBT da CUT/SP.

O convívio com a discriminação
No período da tarde do dia 07/05 foi promovido o debate sobre a mulher negra e sua invisibilidade, coordenado pelas diretoras Elaine Damásio e Jeanice Barbosa, com participação de Deise Benedito – da Fala Preta; Irani Cavalcante – coordenadora nacional da UBM e Marcos Freire – coordenador do coletivo LGBT da CUT/SP.

Primeiro a falar, Marcos Freire (Marcão), que também é diretor do Sindicato dos Metroviários de SP, traçou uma linha do tempo da questão do homossexualismo e sua aceitação na sociedade.

Marcão revelou a dificuldade de inserção de um travesti ou um transexual no mercado de trabalho “Ele tem a mesma capacidade que qualquer um tem. É profissional como qualquer outro. Mas não encontra espaço. A não ser em profissões como cabeleireiro e maquiador. Lutamos para mudar isso”.

No tema “A mulher e a saída da invisibilidade”, Deise Benedito iniciou sua fala abordando a questão da mulher indígena, passando para o tema da mulher à época da escravidão e a conquista do espaço feminino relacionado à cor da pele.

Deise expôs a violência desde a escravidão até chegar à luta das mulheres para entrar no mercado de trabalho a partir de 1930, assim como todas as dificuldades elas sofrem com a discriminação.

“Houve uma época em que a cor da pele decidia onde homens e mulheres deveriam estar. Ainda hoje há esse preconceito, inclusive para as mulheres. Telemarketing é uma das profissões que mais emprega mulheres negras, assim como os homossexuais”, alertou. Para ela, houve uma melhoria dos últimos 15 anos, mais ainda hoje dados estudos apontam que os negros são a maioria nas favelas e a mulher, a maioria, está em trabalhos precários. Outro dado, é que o maior índice de alfabetismo está entre as mulheres negras.

Na questão de gênero, Irany Cavalcante iniciou com uma exposição sobre a situação das mulheres e as dificuldades enfrentadas ao longo dos séculos na conquista por seu espaço de trabalho. Para ela é importante que as mulheres se conscientizem do seu papel na sociedade. “A questão da submissão é uma questão cultural que ainda continuamos lutando para mudar. Mas as mulheres passaram a se impor. O homem sempre quis manter-se no poder e não deixar a mulher sobressair. Foi ai que nasceu a questão de gênero para caracterizar o trabalho”.

O encontro
O 7º Encontro da Mulher Metroviária aconteceu entre os dias 06 a 08 de maio, no Hotel Gran Rocca, em Atibaia – SP. Promovido pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo, teve como principal objetivo debater temas que fazem parte do cotidiano da mulher trabalhadora, como as questões de gênero, saúde, aposentadoria e violência contra a mulher, assim como as dificuldades enfrentadas no ambiente de trabalho e na vida social.

O evento contou com participação de 46 metroviárias de diversas áreas do sistema, da administração, operação e manutenção, até as terceirizadas.

Por Cinthia Ribas

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