Leilão confirma denúncia do Sindicato: CCR leva a L-15

Confirmada a denúncia feita pelo Sindicato dos Metroviários. Assim como 2018, quando a CCR “ganhou” o leilão de privatização das Linhas 5 e 17, a mesma concessionária levou a Linha 15-Prata do monotrilho em leilão realizado na tarde de 11/3 (segunda-feira).

O Consórcio Viamobilidade 15, do Grupo CCR, “ganhou” o leilão apresentando o lance de R$ 160 milhões. O valor equivale a 3% dos R$ 5,2 bilhões investidos na estrutura do monotrilho. Um enorme prejuízo aos cofres públicos.

No dia 7/2, em entrevista coletiva, diretores do Sindicato denunciaram que, mais uma vez, a CCR ganharia uma linha do metrô de SP. Além de várias irregularidades em todo o processo de entrega da linha, os metroviários denunciaram a falta de segurança que existe no monotrilho da Zona Leste.

O Sindicato mostrou que há existem várias irregularidades no processo, com vícios que comprometem a concorrência. Em destaque, a exigência de experiência mínima de doze meses na operação de monotrilhos ou VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos), com demanda superior a 200 mil passageiros por dia, em média, um claro favorecimento à CCR.

Quando a linha inteira estiver funcionando, o monotrilho receberá cerca de 405 mil passageiros por dia útil. A demanda equivale a pelo menos 109 milhões de passageiros ano. Com uma remuneração garantida de R$ 1,70 por passageiro transportado, a CCR terá arrecadação superior a R$ 186 milhões em um ano.

Hoje, no entanto, o máximo que a linha recebeu em um dia foi 37 mil passageiros. Essa defasagem de passageiros será bancada pelo governo estadual à CCR. Ou seja, enquanto a linha não funcionar com todas as estações entregues, o governo, com o nosso dinheiro, garante o “ressarcimento” pelos passageiros não transportados.

Isso já acontece com a Linha 4-Amarela, que até hoje não está completa. A CCR cobra o governo por deixar de lucrar sobre os passageiros não transportados.

Toda essa picaretagem da grossa também já foi denunciada pelo Sindicato dos Metroviários de SP, que continuará lutando pela anulação de mais uma entrega do patrimônio público feita pelo PSDB em SP.

Recentemente, uma empresa do grupo CCR reconheceu o pagamento de propina a políticos do PSDB do Paraná e negociou um acordo de leniência. Sem esse acordo, a CCR não poderia participar do leilão da L-15.