Chega de sufoco! Basta de violência e agressões às mulheres!

Nós todos sabemos o que significa sufoco no metrô mais lotado do mundo. São quase 4 milhões de usuários diariamente. A maioria composta por mulheres, que sabem como é insuportável ter de redobrar o cuidado para não serem vítimas de abusos machistas nas longas filas e nos carros lotados.

Em 2011, segundo a Revista da Folha de S. Paulo,  já ocorreram 44 casos que podem ser classificados como atos de violência às mulheres, desde fotos, assédios e até um estupro. Sobre o caso de estupro na estação Sacomã, o chefe do Departamento de Segurança do Metrô, Rubens Menezes, disse que “em relação ao volume de passageiros transportados, o ato obsceno não é comum nas estações”.  Ou seja, tentou minimizar o fato.

Não concordamos com essa afirmação. Não deveria existir nenhum caso de violência sexual no Metrô, e, em nenhum lugar, especialmente porque o metrô de São Paulo recebeu o reconhecimento de mais seguro do mundo. Com os casos registrados, isso fica, no mínimo, questionável.

Estamos operando o sistema com sua capacidade pra lá do limite, principalmente nos horários de pico, quando ocorrem a maioria dos ataques. Por isso, por mais que os trabalhadores da segurança tentem, é muito difícil garantir a integridade das usuárias, pura e simplesmente, porque não há funcionários suficientes.

Diante desta situação, uma das principais reivindicações do Sindicato é a contratação imediata de mais funcionários, combinada com a punição imediata e exemplar de todo e qualquer agressor machista.

Mas, medidas simples, como uma campanha de conscientização dos usuários para combater as práticas violentas contra as mulheres,  ampliação dos canais de denúncia e adequação do DELPOM para atender mulheres vítimas de violência podem ser iniciativas imediatas para contribuir para que essas lamentáveis histórias não fiquem impunes.

A violência contra as mulheres em nosso país é um problema sério. As estatísticas demonstram que a cada 12 segundos uma mulher é violentada, e uma é assassinada a cada duas horas. A impunidade com que a polícia e a justiça tratam essas agressões, junto com a banalização de casos violentos, como faz a Rede Globo, todos os sábados, no quadro “Metrô Zorra Total” (que faz piada com casos de violência sexual) contribuem fortemente para o aumento das agressões.

Na luta pelo fim da violência, trabalhadores e usuários têm que estar juntos. O Sindicato pode ser um espaço importante de debate, conscientização e combate. Estamos à disposição do usuário e da população.