Categoria quer o fim do Bonde!

Os acontecimentos violentos da estratégia de trem expresso, conhecido como Bonde, sempre preocuparam a categoria, em especial os funcionários do OPS. Torcedores organizados colocam a vida de trabalhadores metroviários e usuários em risco. No dia 24 de janeiro, a empresa mais uma vez organizou esta estratégia, visto a final da Copa São Paulo de futebol júnior. Em uma versão reformulada, o trem não foi direto da estação Penha até a estação Clínicas – mais próxima do Pacaembu. Os mais de 2 mil torcedores tiveram trens exclusivos, sem parar nas estações, de Penha até Sé. Depois de Sé até Paraíso e de Paraíso até Clínicas.

Naquele sábado, poucas equipes foram deslocadas para estação Penha e se recusaram a entrar no trem expresso devido à insegurança da estratégia e as ameaças que estavam sofrendo dos próprios torcedores. As equipes seguiram no trem seguinte, juntando-se com mais equipes na estação Sé. Os seguranças agiram corretamente, ao usarem um direito e dever do trabalhador de se recusar a atuar numa situação insegura. Com certeza, evitaram o pior, contradizendo a direção da empresa que sempre atribui a responsabilidade dos incidentes aos seguranças.

A direção da empresa não assume sua incompetência ao realizar tais estratégias e coloca em risco a integridade física dos funcionários. O Sindicato e os metroviários são contra o Bonde. Por isso, no ano passado circulamos um abaixo- assinado que depois foi encaminhado ao Metrô, Ministério Público e TEM. No documento, os funcionários da Operação se manifestaram contrários à estratégia, negando-se a embarcar em trens exclusivos para torcedores.

A guerra declarada por torcedores contra os seguranças já teve vários episódios tristes, em que infelizmente quem sempre sai perdendo são os trabalhadores do Metrô e os usuários. No final de 2012 tivemos um segurança lesionado nos olhos e ouvidos, em decorrência de um de vários rojões disparados na estação Vila Matilde por uma facção de torcedores quando escoltava outra torcida em um bonde. Em março de 2013, os torcedores deixaram um saldo de mais de dez seguranças feridos com lesões graves, alguns hospitalizados e vários ameaçados.

Será que estão esperando o pior acontecer para rever o risco desta estratégia?