Conferência da Classe Trabalhadora reúne centrais e cerca de 30 mil

A Conferência Nacional da Classe Trabalhadora aconteceu no dia 1º de junho, no estádio do Pacaembu, com a participação da CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e a CGTB. Milhares de trabalhadores a elas filiados, por meio de seus sindicatos, elaboraram um manifesto que será entregue aos candidatos e candidatas à Presidência da República, reivindicando a construção de uma nação orientada por três valores fundamentais: democracia, valorização do trabalho e solidariedade entre povos.

A Conferência Nacional da Classe Trabalhadora aconteceu em um contexto em que a crise do sistema capitalista e suas consequencias ainda estão na ordem do dia, como pauta para os debates e aprovação de medidas para gerar, executar e controlar medidas que promovam inclusão social, emprego e valorização do trabalho.

O Brasil está vivendo um momento promissor, quando o governo Lula tem tomado importantes medidas, como, por exemplo, a valorização do salário mínimo, que favoreceu mais de 40 milhões de brasileiros, distribuindo renda, diminuindo as desigualdades, e gerando impactos positivos no conjunto da economia e no conjunto popular.

No entanto, ainda há vários problemas ocasionados pelas políticas neoliberais, como a precarização das relações do trabalho, a informalidade e os baixos salários.

Por isso, os trabalhadores reunidos na Conferência reivindicam aos candidatos e candidatas que disputarão as eleições de outubro a implantação de uma política macroeconômica, redução de juros e superávit primário, com crescimento sustentável; redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário; e um sistema de proteção e promoção social associado ao trabalho.

Reivindicam o fortalecimento da presença e da representação das organizações sindicais nos locais de trabalho, bem como o reconhecimento das negociações coletivas nos setores públicos e privados.

Reivindicam o fim do fator previdenciário; reforma agrária; reforma urbana; incentivo à agricultura familiar; uma nova política de comunicação, que democratize o direito à informação; e que os recurso advindos do pré-sal sejam utilizados para promover a inclusão social.

Outras premissas

No manifesto elaborado pela Conferência Nacional da Classe Trabalhadora também consta a importância de o Brasil manter a política de solidariedade e cooperação internacional implantada no governo Lula, contemplando, principalmente, todos os aspectos ambientais e sustentáveis necessários para que as próximas gerações também tenham condições de viver com bem-estar.

Para que haja interrupção no processo de destruição implantado por meio  das políticas neoliberais, que não hesitam em destruir o meio ambiente para alcançar seus objetivos.

Breve histórico

A primeira Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) aconteceu na Praia Grande (SP), em agosto de 1981, quando o Brasil vivia o crescimento da luta de massas contra a ditadura militar. Os milhares de trabalhadores que compareceram àquele evento histórico lutavam por liberdade política, liberdade sindical e recomposição dos salários corroídos desde 1964.

A nova Conclat, como a de 1981, ocorreu num momento de revigoramento do movimento sindical e operário, em que a centralidade política do proletariado é reafirmada na luta de massas em defesa dos interesses e direitos da classe, que estão sendo bombardeados.