Conselhos de estatais são fonte de emprego e de enriquecimento de quadros do PSDB

Conforme denúncia divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, o governo do São Paulo tem usado os cargos a que tem direito nos conselhos de administração de empresas estatais para abrigar filiados do PSDB e quadros ligados ao partido, e os honorários pagos com recursos das empresas ou do erário estadual servem como complemento salarial.

A lista de conselheiros das estatais paulistas revela ainda que, em diversos casos, não há nenhuma relação entre a formação profissional dos contemplados e a área de atuação das empresas.

Há um cineasta no conselho da Dersa (estatal do setor rodoviário), uma ex-diretora de orquestra na Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) e uma psicóloga e ex-diretora da Febem no Porto de São Sebastião. Há ainda jornalista do Palácio dos Bandeirantes participando de reuniões técnicas de planejamento metropolitano.

De 136 nomes de conselheiros avaliados pelo jornal O Estado de S. Paulo, em 65 foi possível identificar algum tipo de ligação com o PSDB ou com o primeiro escalão dos governos José Serra ou Geraldo Alckmin.

Lei de restrição facilita corrupção
Todas as empresas estatais estão obrigadas a garantir a participação de um representante de seus funcionários para seus conselhos de administração a partir de 11/03/11, quando a ministra Míriam Belchior assinou a portaria que trata deste tema, previsto no Artigo 7º, da Lei 12.353/2010.

Entretanto, a regra será aplicada apenas nas empresas estatais, públicas e de economia mista ligadas à União, com mais de 200 empregados. Empresas ligadas a governos estaduais e municipais não são atingidas pela norma, o que exclui o Metrô e demais empresas ligadas ao governo do estado de São Paulo desta determinação.

Infelizmente, restrições e omissões como estas favorecem a existência de grande esquema de tráfico de influência e corrupção nos conselhos de administração de empresas, como no estado de São Paulo.

Metroviários em campanha
A data base dos metroviários de São Paulo é 1º de maio, e a categoria inicia sua campanha pela conquista e manutenção de direitos. Entre as suas reivindicações estão a reposição salarial e a implantação de um plano de carreira que contemple as necessidades dos metroviários.

Não há dúvidas quanto à justeza destas reivindicações, especialmente diante da denúncia de que o governo do São Paulo tem usado cargos nos conselhos de administração das estatais para abrigar conhecidos!

Por isso, a categoria se organiza para a campanha salarial ainda mais mobilizada, para garantir o atendimento de suas reivindicações!

Chega de tráfico de influência e favorecimentos! Os trabalhadores exigem a garantia de seus direitos!