Por um metrô sem LGBTFOBIA – Tese sobre Opressões

Em 2008, os metroviários LGBTs conseguiram, depois de oito anos de discussão, incluir seus companheiros e companheiras no plano de saúde do Metrus e no seguro de vida do metrô.

Mas só isso? Ah, direito a tirarem férias juntos, mas só se não “Houver prejuízos ao bom andamento dos serviços”, isto está em P.O.

Mas queremos mais, muito mais! Queremos igualdade e respeito do Metrô e dos colegas de trabalho. Queremos o fim das inúmeras piadas e comentários homofóbicos. Piadas que naturalizaram a chacota aos LGBTs, a discriminação e até a invasão de privacidade. Muitos desses trabalhadores e trabalhadoras são vistos pela sua identidade de gênero e orientação sexual, que colocam seu profissionalismo em segundo plano.

O machismo que afeta as mulheres metroviárias é o mesmo que atinge a população LGBT. Machismo que agride e mata no cotidiano de nosso trabalho, a exemplo do assassinato do ambulante Luiz Carlos Ruas na estação Pedro II. Outro companheiro metroviário estava com seu namorado dentro de um trem e torcedores o agrediram. Ninguém foi punido e sabem por quê? Não há lei em nosso país que criminalize a LGBTFOBIA.

E nossos treinamentos na Cia? Um horror! “SGs que se referem aos usuários LGBTs como: “aqueles casais que frequentam a estação REP GAY”;” vocês podem querer atuar, mas “eles “estão protegidos pelos “Direitos Humanos”“ Cadê a companhia que não forma sua supervisão e seus instrutores”?

Por esta realidade ultrapassada nas relações de trabalho que temos as seguintes propostas para mudar esta realidade dos trabalhadores (as) LGBTs no metrô:

1 – Que haja treinamento e preparo aos supervisores e instrutores que atuam na formação dos novos e regressos funcionários, para uma postura de inclusão e acolhimento a diversidade. Que não haja a prática de estereótipos que segregam e discriminam pessoas e trabalhadores. Um supervisor e instrutor não podem usar de expressões que ofendam, discriminem ou expressem conteúdos lgbtfóbicos.

2 – Que a comissão da diversidade tenha maior atuação junto aos seus funcionários (as) LGBTs e na política de inclusão e treinamento para todos (as) trabalhadores (as) metroviários.

3 – Que o sindicato aprofunde as discussões em debates, palestras, seminários e oficinas sobre a questão LGBT.

4 – Que haja sempre interlocução com movimentos sociais que lutam e desenvolvam ações no combate a lgbtfobia.

5 – Que a discussão de gênero e machismo, como propulsor das diversas opressões as mulheres, negros e negras assim como aos LGBTs, seja temática constante no debate da estrutura das violações aos direitos humanos de populações mais vulneráveis.

Marcos Freire