Monotrilho não é a solução

Ao invés de investir em Metrô, que é um meio de transporte de alta capacidade e que oferece agilidade e segurança, o governo Serra e a Secretaria de Transportes Metropolitanos querem utilizar o monotrilho para estender a Linha 2 – Verde, da Vila Prudente até a Cidade Tiradentes. A abertura dos envelopes da licitação deste projeto está marcada para o dia 22/12, às 9h, no Edifício Cidade II, e o Sindicato organizará um ato público contra esta medida, neste mesmo dia e local.

O Sindicato é contra a substituição do Metrô pelo monotrilho na Linha 2 – Verde, pois serão destinados milhões do erário para a implantação do projeto, que não é apropriado para atender altas demandas, como a da região da Cidade Tiradentes, que é uma localidade extremamente populosa. Além disso, há dúvidas que envolvem esta nova tecnologia, que ainda é pouco usada nos países de origem.

Essa é uma opinião defendida por vários técnicos de dentro e de fora do Metrô e que tem sustentação na prática. Em algumas cidades da Europa, o monotrilho foi desativado por problemas estruturais e ambientais, e na região onde o governo quer implantá-lo não deverá ser diferente. O monotrilho não é solução para o transporte de 45 mil passageiros sentido/hora.

Além disso, em seminário promovido pelo Sindicato dos Engenheiros do Estado de SP, no dia 22/10, com o tema “Estratégia e Mobilidade”, ao responder questionamentos do diretor do Sindicato, Xavier, sobre o atendimento da demanda da área, o superintendente de Planejamento de Transporte da Sptrans, Laurindo M Junqueira Filho, não desmentiu nenhum destes argumentos defendidos pelo Sindicato.

Para ele, “o Monotrilho agüenta, sim, talvez, até São Matheus. Se uma linha não aguentar Silvestre (coordenador de Planejamento e Gestão da secretaria dos Transportes Metropolitanos) vai meter uma linha na Jacú- Pêssego que vai articular cinco linhas, seis linhas, uma mão aberta com um dedo a mais na Leste/Oeste…”

Com isso, Junqueira demonstrou que os governos envolvidos no projeto já têm o conhecimento de que a demanda não será atendida se não forem construídos sistemas complementares, como outra linha de monotrilho, sem divulgar o custo final desta empreitada.

O Sindicato, portanto, prosseguirá em defesa da construção de mais Metrô, que é um meio de transporte já consolidado, confi ável e que certamente cumprirá o papel de locomover os cidadãos, democratizando todos os espaços da cidade de São Paulo.