Ano eleitoral e o quarto poder

Desde quando eleito Presidente do Brasil, em 2002, Lula foi massacrado pela grande mídia, que nunca aceitou ver a nossa Nação sem ser governada pela elite que ela sempre apoiou, para que tudo ficasse como sempre foi.

A derrota da direita, que era o medo da Regina Duarte, foi motivo para uma apresentadora da Globo aparecer de luto em seu programa matinal.

Lula sempre foi vítima de adjetivos pejorativos, seja por não ter curso universitário ou por gostar de uma cervejinha. Hoje, com uma popularidade nunca alcançada por nenhum dos nossos presidentes, para a tristeza e ódio dessa mesma mídia e do FHC, o alvo não pode ser só o Lula, mas também o PT e a Dilma Rousseff.

Essa mídia, e estamos falando da Folha, do Estadão, da Globo, da Band, da Rádio CBN, da Veja…, que quer no poder quem represente seus interesses econômicos, estão sempre prontos para atacar os partidos de esquerda e os seus programas, bem como os  programas do Governo Federal que visem beneficiar as camadas menos favorecidas do nosso Brasil.

Para exemplificar, utilizo ataques mais recentes:

1 – O 3º Plano Nacional de Direitos Humanos foi bombardeado por ter no seu bojo temas que arrepiam a burguesia (taxação de grandes fortunas), os ruralistas (reintegração de posse de fazendas ocupadas), os militares (Comissão da Verdade para apurar a repressão durante a ditadura militar) e a mídia (só pela sugestão da criação de um ranking para garantir o respeito ao direito do público).

2 – O Lula declarou que a Telebrás terá importância fundamental para o Plano Nacional de Banda Larga, que poderá levar internet rápida a 68% dos domicílios brasileiros. A Folha malhou a ideia durante dias, com reportagens intermináveis e confusas, mas o que a Folha não revela é a defesa das empresas telefônicas, não só pelo fato do Estado levar internet a um preço menor através das fibras óticas, como a opção das TVs abertas pela Telebrás, o que, segundo o Zé Dirceu, é “um mercado de bilhões e bilhões de reais”.

3 – A ida de Lula a Cuba teve como assunto mais importante para a mídia a morte do preso Orlando Zapata que, segundo as autoridades cubanas, trata-se de uma prisão por cometimento de crimes comuns. Os nossos jornalões não se cansaram de criticar a falta de crítica de Lula ao governo cubano. Novamente, voltaram-se ferozmente contra Lula quando da greve de fome de outro cubano, que já é a 23ª que ele faz. Será que a mídia está tão irada por ser ano eleitoral? Mas o que eles não são capazes de assumir é a desfaçatez: para eles o preso político que morre por greve de fome em Cuba é herói, enquanto, aqui, a Dilma, que sobreviveu às torturas durante a ditadura militar, é tida como terrorista.

4 – Mais recentemente, reuniram-se em São Paulo os maiores representantes da direita nacional, filiados ao PIG (Partido da Imprensa Golpista – Paulo Henrique Amorim), para o 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, proposto pelo Instituto Millenium, que não publica no seu sítio quem são os seus parceiros e patrocinadores, mas defende abertamente a economia de mercado e o individualismo, para sintetizarem o pensamento não da liberdade de expressão, mas sim da oposição à continuidade do Governo Lula através da eleição de Dilma Rousseff.

O grau de agressão e medo dessa camarilha que quer a volta do PSDB/DEM ao governo do Brasil vai ao extremo: propõe que os veículos de comunicação saiam em defesa do Serra e contra a Dilma, de forma ofensiva e agressiva, para não ficarem reclamando depois.
Portanto, cabe a nós, que defendemos o governo Lula, mais que nunca, arregaçarmos as mangas e irmos às ruas e urnas eleger a Dilma e, numa surra de votos, impedir que essa direita nefasta retorne ao Poder.

Odair Guedes é Operador de Estação e diretor de Organização do Sindicato