Fumaça no Metro I: incidente demonstra despreparo da empresa em situações de emergência

Na tarde do dia 10/02 os metroviários que trabalham no edifício Metrô I tiveram a demonstração de que a empresa não está preparada para atuar em situações de emergência. Tudo começou quando uma excessiva quantidade de fumaça invadiu as dependências do local e todo o prédio precisou ser evacuado. De imediato, o medo de que o edifício estivesse pegando fogo prevaleceu, causando uma situação de desespero por parte de alguns funcionários.

Só mais tarde, depois da chegada do Corpo de Bombeiros, foi possível ter a certeza de que não havia risco de incêndio, e de que a “fumaceira” fora produzida por um motor a diesel que foi acionado em um prédio residencial localizado nos fundos do Metrô I.

Falhas
O grande problema desta situação, no entanto, é a forma como os fatos se sucederam, pois não foram adotados os procedimentos básicos exigidos em momentos como aquele, como por exemplo:

* O alarme de incêndio somente foi acionado depois de cerca de 20 minutos do caos instalado!
* Como conseqüência da falta de aviso sonoro, também não houve atuação dos brigadistas!
* Não houve desligamento dos elevadores!
* Não foi dado qualquer tipo de informação quanto a alternativas de abandono do edifício!
* A desinformação foi geral e, para piorar, cada um arriscava com um palpite, deixando as pessoas ainda mais inseguras!

Bate cabeça de risco
Por sorte não havia riscos de incêndio naquela situação, mas, infelizmente, todos os metroviários correram o risco de ser intoxicados por fumaça.

Ficou claro ali, também, o bate cabeça dos responsáveis pela segurança do Metrô I, que mostraram despreparo e falta de orientação em casos de emergência.

Pela proporção da fumaça que invadiu o prédio, qualquer um afirmaria se tratar de um incêndio, mas nenhuma atitude foi tomada para evitar atitudes de pânico e para preservar a vida dos ocupantes do edifício.

Se os metroviários do Metrô I estivessem envolvidos em uma situação de incêndio, nos depararíamos com uma tragédia agravada pela demora em acionar o alarme e o Corpo de Bombeiros; pela falta de expertise para desligar os elevadores; e pela falta de habilidade para tratar com as pessoas que estão em pânico, por exemplo.

Responsabilidade
A GSI e seu departamento de segurança elaboraram um relatório sobre esta ocorrência com claros objetivos de distorcer os fatos. Além de citar horários e atitudes que não correspondem com os acontecimentos, tentaram atribuir aos brigadistas toda a culpa pelo caos instalado no dia 10/02.

Os funcionários do Metrô I e o Sindicato repudiam totalmente esta atitude e cobram da empresa uma postura transparente e responsável, tanto durante situações de emergência, como no tratamento de qualquer ocorrência!

É preciso responsabilizar os envolvidos nesta situação, para que um episódio como este não ocorra novamente. Afinal, em uma próxima vez, pode não ser só fumaça!

A CIPA e o departamento Jurídico do Sindicato trarão à tona o detalhamento de todos os fatos, e tomarão todas as medidas cabíveis contra ocorrências como estas, principalmente para se contrapor ao relatório elaborado pela GSI e seu departamento de segurança.

Outros problemas e desconfortos na administração
Como se não bastasse o despreparo da empresa para administrar situações de emergência, como a citada acima, há o descaso com a solução de problemas que já foram relatados há muito tempo e que continuam pendentes.

Todos os prédios da área administrativa da Cia. têm problemas que comprometem as condições de trabalho dos metroviários, como o desconforto térmico, ergonomia e as falhas no monitoramento dos elevadores, que poderiam ter causado graves danos às pessoas, que já ficaram presas nos elevadores por mais de 40 minutos, mais de uma vez.

Também há desconformidades para o trabalho no GI e GII do Metrô I, devido ao forte odor e barulho do gerador diesel, dificuldades e atropelos em situações emergenciais, sem contar que as brigadas de incêndio estão incompletas e, muitas, sem treinamento.

Também há obras e manutenções sendo realizadas nos andares durante o expediente, sendo que alguns deles, como os da Líbero Badaró, foram ocupados sem a devida condição.

Várias vezes a CIPA e o Sindicato cobraram da empresa uma solução para estas questões, porém, elas são muito demoradas, não atendem as necessidades dos metroviários ou nunca são colocadas em prática. Fica a impressão de que somente as não conformidades apontadas pelo Oshas são levadas a sério!

Exigimos respostas ágeis, principalmente depois dos últimos acontecimentos. Os trabalhadores estão ainda mais inquietos, temendo a possibilidade de ocorrências mais arriscadas! As questões de saúde e segurança têm que ser tratadas com urgência sempre!