Novamente a encruzilhada

Mais uma vez o povo brasileiro se encontra em uma encruzilhada, onde dois projetos se confrontam. Apesar das difi culdades, limitações, e principalmente dos equívocos, nos últimos oito anos o país viveu um clima de mais democracia, menos desigualdades e mais soberania.

Por outro lado, os anos de desgraça neoliberal, de ataques ao movimento sindical e social, de aumento da pobreza e de total subserviência aos interesses das grandes potências rondam como nunca o centro do poder da República.

Num cenário como este, o movimento sindical não pode se esquivar de dar sua opinião e deve se envolver com empenho para evitar maiores prejuízos aos interesses da maioria do povo brasileiro, que vive de seu trabalho, que luta pela sobrevivência e que sonha com um país mais justo eigualitário.

A candidatura do exgovernador José Serra à Presidência da República é a garantia que os setores mais reacionários e inimigos dos trabalhadores têm de que o Brasil retomará o legado de FHC e introduzirá o Brasil no ciclo recessivo, de ataques aos direitos dos trabalhadores e de total subserviência aos interesses das potências imperiais, como os Estados Unidos e os donos da Comunidade Europeia.

Os metroviários já conhecem a trajetória desta fi gura sinistra. Em seu governo em São Paulo, Serra concretizou a privatização da Linha 4, implementou uma política de perseguição e criminalização de ativistas, com a demissão de dirigentes sindicais e mais de 60 lutadores metroviários.

Já a candidatura de Dilma Roussef, que se propõe a continuar o legado do presidente Lula, quando confrontada com seu adversário, sem nenhuma sombra de dúvida, apresenta ao movimento sindical e social uma alternativa de garantia da liberdade de continuar lutando pelos interesses dos trabalhadores.

As declarações de respeito ao direito e diálogo com os trabalhadores e os movimentos sociais são a demonstração de que se pretende manter a mesma lógica de permanente consulta sobre as políticas públicas através dos Conselhos, em quase todos os ministérios, e ao movimento sindical, como a que garantiu a valorização do salário mínimo, o arquivamento do projeto que fl exibilizava a CLT e o veto presidencial à Emenda 3.

Além disso, Dilma se compromete a manter uma política de enfrentamento às teses do império, como ocorreu com Lula no combate à ALCA, que não só impediu sua implementação, como garantiu uma relação de respeito com os governos populares e progressistas da América Latina e o enfrentamento diplomático às atitudes golpistas patrocinadas pelos Estados Unidos em países latino-americanos.

Enfi m, em momentos como os que vivemos, os metroviários, que sempre se posicionaram a favor do progresso, da defesa do patrimônio público, da luta pelos direitos dos trabalhadores e por serviços públicos de qualidade e acessíveis à maioria do povo, não podem permitir a volta ao passado, deixando que uma figura sinistra, como a de José Serra, que tanto prejuízo já provocou à nossa categoria e demais trabalhadores em São Paulo, seja eleito Presidente da República.

* Editorial publicado na edição nº 34 do jornal Metroviários do Brasil