Propinoduto: Apesar do fracasso do CBTC, Alckmin mantém contrato com Alstom

O sistema CBTC (Controle de Trens Baseado em Comunicação) foi comprado pelo Metrô em 2008 da Alstom. Já foi gasto mais de R$ 1 bilhão e ainda não funciona

Além do contrato inicial de quase R$ 800 milhões, soma-se também o custo de implantação do CBTC no equipamento de bordo dos trens e o retrabalho, já que o sistema não está operando nas três linhas, além dos contratos com empresas menores que dão “assessoria técnica” ao Metrô no acompanhamento do contrato principal.
Problemas gravíssimos surgiram durante os testes: alinhamento de rota contra rota, trens que desaparecem, pane total do sistema de controle, entre outros. O fato de a Alstom não ter apresentado um projeto consistente não sensibilizou o Metrô, que manteve o contrato com a empresa no mês passado.

A verdadeira intenção

A fala do ex-secretário estadual de transporte, José Luiz Portella, é incisiva: “Vamos começar a atuar com carros driverless, isso é, carros que não exigem operadores, porque tem de acabar essa chantagem em São Paulo” (Globo.com, 2 de agosto de 2007).

A justificativa dada à sociedade era que com a implantação no novo sistema CBTC poderia diminuir o intervalo entre os trens em até 20%. A inauguração da Linha 4– Amarela, que opera com esse sistema, desmentiu essa afirmação. O intervalo praticado pela ViaQuatro é maior do que o realizado nas linhas do Metrô. A retirada do operador de trem da cabine na verdade aumenta o intervalo entre os trens pois há a degradação do nível de segurança no sistema.

Corrupção

Além da incompetência, a Alstom está sendo investigada por subornos a políticos e funcionários de sucessivos governos do PSDB e a participação em cartel para se beneficiar (o chamado Propinoduto Tucano).

Os metroviários não vão aceitar um sistema que oferece risco aos usuários e trabalhadores.