REDUÇÃO DA JORNADA: estratégia para o desenvolvimento nacional

Wagner Gomes, presidente do Sindicato e da CTB junto com representantes de outras centrais em reunião com LulaSob o céu nublado e ameaça de chuva, no dia 11/11 dezenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras de todo Brasil marcharam pela Esplanada dos Ministérios durante a 6ª Marcha da Classe Trabalhadora que, nesse ano, teve como bandeira central a luta pela Redução da Jornada de 44 para 40 horas semanais.

Convocada unitariamente pelas centrais sindicais CTB, CUT, CGTB, UGT, Nova Central e Força Sindical e várias organizações dos movimentos sociais, a marcha levantou também as reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, o MSTTR, como a reforma agrária, a atualização do índice de produtividade da terra.

 

A pauta unificada ainda exige a ratificação das convenções 151 e 158 da OIT; a aprovação da PEC do Trabalho Escravo; a definitiva aprovação do projeto que regulamenta a política de valorização do salário mínimo; a aprovação do PL 1621/07, que estabelece direitos iguais para trabalhadores direitos e terceirizados; e o projeto popular para o pré-sal, com a defesa da destinação dos recursos desta exploração para a saúde, educação e combate à pobreza.

 

Rurais e urbanos
Alberto Broch, presidente da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), destacou a importância da marcha para os trabalhadores do campo. “Na verdade eu gostaria de destacar importância dessa marcha para unidade da classe e principalmente a forma como foi organizada. A representatividade de todas as entidades, a Contag com forte participação dos trabalhadores rurais,  que teve com bandeira central a redução da jornada, mas não deixou de lado a luta pela alteração dos índices de produtividade, pela reforma agrária e contra a criminalização dos movimentos sociais”, reforçou o presidente da confederação.

 

Mobilização é a palavra
Só a CTB mobilizou milhares, cumprindo sua meta de levar a Brasília mais de 4 mil trabalhadores dos sindicatos a ela filiados, que foram em caravanas de ônibus provenientes de diversas regiões do Brasil.

 

Para Wagner Gomes, essa mobilização é muito importante para avançar na conquista pela redução da jornada, medida que irá gerar mais de 2 milhões de empregos, além de contribuir para a melhora da qualidade vida para toda a população. “Foi muito importante essa mobilização para que o projeto que prevê a redução da jornada de 44 para 40 horas seja votado. Mas não podemos nos esquecer da importância em mantermos a unidade do movimento sindical.

Diante disto, a CTB reforça a necessidade de uma nova Conclat (Conferência Nacional dos Trabalhadores) para unificar a luta dos trabalhadores brasileiros”, finalizou o presidente da CTB sob aplausos dos manifestantes.

 

A reivindicação de redução da jornada tem como base pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que aponta que no Brasil a jornada normal de trabalho é uma das maiores no mundo. Além disso, não há limite semanal, mensal ou anual para a execução de horas extras, o que também torna esta prática uma das mais altas entre os países.

A pesquisa confirma que a redução da jornada vai gerar mais de 2 milhões de novos postos de trabalho, além de melhorar a qualidade de vida.


A marcha, que começou no estádio Mané Garrincha, seguiu até a Praça dos Três Poderes, onde acabou, por volta das 12h, com a fala dos presidentes das seis centrais sindicais, além de parlamentares e representantes dos movimentos sociais.


Fator de divisão
O reajuste das aposentadorias, que está na ordem do dia e dividiu as centrais, também figurou nos discursos dos líderes. Os presidentes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, e da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, estão unidos pela fim do fator previdenciário e pelo reajuste das aposentadorias para aqueles que ganham acima de um salário mínimo.

 

“Além dos temas que nos são caros como a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, defenderemos com todo nosso empenho a extinção do fator previdenciário pois o consideramos um golpe nos interesses dos aposentados e pensionistas que contribuem, enquanto trabalham, e são lesados na hora da aposentadoria”, afirmou Ricardo Patah.

 

Os parlamentares “que não traíram os trabalhadores”, na fala dos líderes sindicais, estiveram na manifestação para prestar apoio. Da bancada do PCdoB estiveram presentes, além do senador Inácio Arruda, os deputados Daniel Almeida e Alice Portugal, da Bahia, Chico Lopes, (CE), Vanessa Grazziotin (AM) e Jô Moraes (MG), Perpétua Almeida (AC), além de parlamentares do PT, PDT e PSB. A manifestação foi encerrada com fogos de artifício.


Com Portal CTB e Vermelho (da sucursal de Brasília, Márcia Xavier)