Revista Veja tenta desqualificar, Sindicato esclarece

Utilizando as velhas táticas da amplificação, da descontextualização e da generalização, a revista Veja desta semana divulgou uma matéria tentando desqualificar o movimento sindical.

A reportagem utiliza exemplos de alguns sindicatos que representam a exceção do movimento sindical, para tentar fazer a fama de todas as entidades representativas.

Sobre a arrecadação do imposto sindical, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo esclarece que os metroviários tiveram seu dinheiro devolvido em diversos anos, e que quando isso não aconteceu o montante foi utilizado em benefício da própria categoria, como para o subsídio aos metroviários demitidos como retaliação à greve de 2007; a construção da colônia de férias; e a realização de campanhas salariais e contra a privatização, por exemplo.

O Sindicato também reforça a sua defesa à unicidade sindical, porque ela é sinônima de mobilização e organização. Ter uma categoria dividida em diversos sindicatos implicaria em muitas dificuldades no momento das negociações, por exemplo, e, mais grave, representaria o enfraquecimento dos trabalhadores diante das investidas dos patrões (que tentariam retirar direitos, negar reajustes salariais, aumentar jornadas de trabalho e manter os trabalhadores com condições inadequadas de trabalho, por exemplo). E é exatamente isso o que os patrões querem, e a revista Veja também (ela é uma das principais porta-vozes do empresariado no país).

Na opinião deste Sindicato, portanto, é pertinente que exista a lei que garante a unicidade sindical, pois isso garante a unidade dos trabalhadores, estimula a sua organização e mobilização em busca de objetivos comuns – tudo o que os patrões não querem, e a revista Veja também não!

A independência das entidades é o principal argumento para defendermos a não obrigatoriedade da prestação de contas ao Tribunal de Contas da União (TCU). Foi-se o tempo em que os sindicatos tinham que atuar conforme ordens de governos.

A organização dos trabalhadores é legítima, sim, e ela contribuiu de forma determinante para a democratização do Brasil e para que toda a população conquistasse melhorias na qualidade de vida.

Ao publicar a referida reportagem, a revista Veja deixou claro quais são os seus objetivos. Ela pretende comprometer a imagem do movimento sindical, colocando a opinião pública contra a luta dos trabalhadores para combater os abusos dos patrões.

Mas isto não intimida os sindicatos e movimentos sociais, que continuam na resistência pelas garantias dos trabalhadores, e também se comunicam com a população em defesa de direitos comuns.

É lamentável que a imprensa no Brasil cumpra um papel como este, e é por isso também que este Sindicato está junto com a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) nos preparativos para a Conferência Nacional de Comunicação, buscando mais democratização para os meios de comunicação.

Isso quer dizer, por exemplo, que defendemos a regulamentação do setor, acabando com as eternas concessões a grandes conglomerados, como os dos donos de redes de televisão, rádio e jornal, que são políticos e representantes do empresariado explorador deste país.

Para ler a reportagem da revista Veja, clique aqui.