Valorização dos Agentes de Segurança – Tese sobre Organização

Parte importante da categoria, os Agentes de Segurança garantiram vários direitos para si e ao restante dos metroviários em luta conjunta como, por exemplo, o direito a 30% de periculosidade através do PL da Senadora Vanessa Grazziotin, em substituição aos 15% do adicional risco de vida.

Contudo, com a mudança na conjuntura provocada pelo golpe de 2016, intensificaram a ofensiva neoliberal e a retirada de direitos por meio das reformas, as privatizações e as terceirizações.

Sob forte ataque do governo estadual, a categoria atendeu ao chamado do Sindicato e intensificou a mobilização. No entanto, em meados de 2013, os protestos que lutavam pela justa redução de tarifa, com enfrentamentos e conflitos levados às estações do metrô e apoiados pela gestão sindical, colocaram em dúvida a posição de defesa dos metroviários feita pela entidade sindical, maioria do PSTU/Conlutas, estabelecendo a desconfiança.

As eleições sindicais em 2016, sob a égide de um novo sistema de organização da direção sindical, colocaram apoiadores das ideias do “Unidade e Luta” na direção com a esperança da categoria, que buscava mudanças na forma como a entidade se relacionava com a base.

Já na primeira Campanha Salarial conseguimos reabrir a discussão do plano de carreira único na GOP, com o compromisso do Metrô de encaminhar a solicitação ao Codec; a renovação do Acordo Coletivo sem retirada de direitos e a assinatura do acordo de jornada, garantindo a reposição na escala base e a redução da jornada diária. Algumas questões ainda carecem de debate, como a valorização dos ASs.

A realidade pós-golpe colocou a sociedade em movimento para impedir retrocessos sociais. Mas é preciso que haja diálogo para formular estratégias de luta que evitem o confronto e as agressões não coloquem em risco ASs e funcionários das estações. As lideranças de movimentos precisam compreender que do outro lado existem trabalhadores. Mesmo considerando legítimas as lutas, como a da redução da tarifa, o efetivo da operação nas estações precisa garantir o funcionamento do sistema e a segurança dos usuários.

Outro problema a ser discutido é o comércio ilegal e a quantidade de vendedores ambulantes no sistema. Parte da população, que percebe a condição de desemprego, por vezes apoia esse comércio irregular, consciente dos riscos à sua saúde. Já o Metrô adota estratégias ineficazes de combate que colocam em risco seus funcionários e promovem o confronto entre ASs e ambulantes. O Sindicato precisa cobrar da empresa a revisão desses procedimentos e a garantia de amparo a seus agentes, hoje responsabilizados e punidos com constantes ameaças de demissão.

Tramitam em âmbito nacional e estadual dois projetos de lei que têm como objetivo a regulamentação da atividade de ASs, e um que regulamenta a profissão metroviária em todo o país. O Sindicato precisa promover debates para expor os pontos positivos e negativos de cada projeto e esclarecer dúvidas relacionadas à aposentadoria especial, plano de carreira, entre outras.

Rodrigo Kobori