Com segurança duvidosa, trecho da Linha 4 – Amarela é inaugurado

Com pompa de um grande feito, foi inaugurada nesta terça-feira, 25/05, um trecho de pouco mais de 3 quilômetros da Linha 4 – Amarela, privatizada. Além dos trens serem automatizados, sem a presença de operadores, as estações não contaram com quantidade de funcionários suficiente e, por isso, o Metrô e o governo estadual precisaram “emprestar” metroviários das outras linhas, que são estatais, para consumar a inauguração e garantir que o consórcio Via Quatro não fizesse feio diante da imprensa e dos cidadãos, que “pagaram para ver” esta aventura do governo de São Paulo.

A inauguração do trecho entre as estações Paulista e Faria Lima aconteceu com atraso de mais de dois anos devido a vários problemas, sendo que entre eles está o desabamento da estação Pinheiros, que causou a morte de 7 pessoas, e tornou suspeita a qualidade  da obra que está sendo construída e operada por empresas privadas.
O fato de os trens da Linha 4 serem operados automaticamente, sem a presença de operadores, é outro fator que causa preocupação com relação à segurança dos usuários.

Como o Sindicato já se manifestou, a modernização é bem-vinda quando beneficia os cidadãos. Neste caso, no entanto, está colocando a segurança das pessoas em risco! É inadmissível que o governo tucano não leve em conta a segurança da população para beneficiar empresas privadas. É inaceitável que coloquem a segurança das pessoas em risco para economizar com a contratação de empregados, tornando-as cobaias da automação.

Representação legítima

O Consórcio Via Quatro não respondeu a pauta de reivindicações encaminhada pelo Sindicato no início da campanha salarial, deixando bem claro que não quer reconhecer o Sindicato dos Metroviários de SP como representante dos funcionários que lá trabalham.

Enquanto Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e em Empresas Operadoras de Veículos Leves sobre Trilhos no Estado de São Paulo, esta entidade buscará na justiça o direito de representar todos os funcionários que trabalham e trabalharão no Consórcio Via Quatro.

A privatização da Linha 4

É emergente que uma cidade como São Paulo tenha o sistema metroviário em constante expansão, e esta é uma das mais antigas reivindicações do Sindicato. Porém, com uma opção privatizante, o governo do Estado de São Paulo “doou” a Linha 4 à iniciativa privada,  que vai explorá-la durante 30 anos.

O contrato que a entregou para a iniciativa privada foi assinado em 2003, na gestão de Geraldo Alckmin, estabelecendo o pagamento de 75% da obra pelo governo estadual, e o restante pela iniciativa privada.

Além disso, concedeu ao consórcio 100% de toda a arrecadação do sistema, até que todas as linhas estejam interligadas, nos próximos 30 anos, quando o Estado também deverá compensar a iniciativa privada, caso a arrecadação seja menor do que o valor estipulado no contrato.

Por todos estes motivos, a categoria metroviária chegou a realizar uma greve de 24 horas, em agosto de 2007.
O Sindicato mantém sua coerência contra as privatizações!