Metroviários fundam NOVO Espaço da Classe Trabalhadora – ECLAT

 

O dia 21 de maio foi um dia muito especial para a categoria metroviária e para todo o movimento social da cidade de São Paulo.

Em primeiro lugar, porque vai ocorrer uma ASSEMBLEIA DECISIVA dos metroviários que decidirá os rumos da luta da Campanha Salarial, com possibilidade de greve em defesa dos direitos dos trabalhadores. Esta batalha dos metroviários se insere no contexto de luta contra a tentativa do governo Tarcísio de privatizar o Metrô. Portanto, isso por si só já merece concentração da categoria metroviária e apoio de todo movimento social que luta contra as privatizações e defende o direito democrático de luta dos trabalhadores.

Neste dia, a categoria metroviária de São Paulo fundou um novo Espaço da Classe Trabalhadora (ECLAT). Este espaço faz parte de uma ampliação da nova sede do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo. A fundação deste espaço é resultado de uma história de luta e superação.

Em 2021, o então governo estadual de Dória tomou a antiga sede dos metroviários que ficava na rua Serra do Japi, no Tatuapé. Foi uma atitude autoritária, que estava a serviço de atender as especulações imobiliárias da região, mas também a serviço de enfraquecer a organização sindical dos metroviários.

A categoria e o Sindicato resistiram muito: foram lutas políticas, jurídicas, mobilizações, vigílias e abraço à antiga sede do Sindicato. No entanto, os interesses econômicos e políticos contra a categoria falaram mais alto. Depois de muitos esforços, os metroviários decidiram por se organizar e adquirir um novo espaço, na rua Padre Adelino, 700, no Belém.

Este espaço foi fundado no dia 16 de janeiro de 2023. É um excelente lugar, mas estava faltando uma quadra, um espaço mais amplo e aberto aonde a categoria pudesse voltar a utilizar a sede como usou ao longo de sua história: para suas grandes assembleias, espaços de sociabilidade, festas, reuniões amplas, além da utilização desse espaço por parte dos movimentos sociais da cidade de São Paulo, como era com a quadra da rua Serra do Japi.

No dia 21 de maio, esse espaço foi lançado com uma presença grande da categoria metroviária que pode realizar uma ASSEMBLEIA DECISIVA que fechou a Campanha Salarial 2025. A categoria marcou presença. Foi um clima de reencontro e fortalecimento da ideia de que a categoria faz parte de um coletivo social poderoso. 278 metroviários assinaram a lista de presença e terão seu nome registrado na placa de fundação do novo espaço. No lançamento, também, participaram convidados representando setores do movimento popular e sindical. O Sindicato quer que esse espaço seja entendido como um espaço de luta e organização de toda a classe trabalhadora da cidade de São Paulo. Ele fica no mesmo endereço, fundado em 2023 (Rua Padre Adelino, 700).

Uma das coisas mais bonitas dessa conquista é que ela é realmente resultado da luta coletiva. Os recursos com os quais foi possível comprar a nova sede dos metroviários vieram de um fundo criado a partir da reintegração dos metroviários demitidos na greve de 2014. Os demitidos desta greve foram bancados pela categoria, a partir do aumento de 0,3% da mensalidade sindical. Depois que todos eles foram reintegrados, como receberam as verbas rescisórias, devolveram todo o dinheiro que receberam no período em que estavam demitidos para o Sindicato. Foi criado um fundo com o qual foi possível comprar um novo espaço. A ampliação do espaço também foi possível como fruto da luta coletiva, pois foi resultado da contribuição que uma parte dos trabalhadores metroviários fez após terem sido ressarcidos pelo Metrô sobre o seu adicional de periculosidade.