Sindicato realiza reunião com entidades para barrar privatização da arrecadação no sistema de transportes em São Paulo

reuniao_arredacaoNo último dia 18, quinta-feira, o Sindicato realizou uma reunião para propor ações que barrem a concessão do sistema de arrecadação do Metrô, CPTM, SPTrans e EMTU. Além dos diretores do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, também participaram da reunião os representantes do Sindicato dos Ferroviários, Sindicato da Zona Sorocabana, Sindicato dos Condutores e do Sindicato da Central do Brasil. O Sistema de Transporte Público realiza mais de 12 milhões de viagens por dia, com arrecadação diária superior a R$ 27 milhões de reais. Segundo o  edital de concessão publicado pelo governo do Estado, a divisão dos recursos ocorrerá primeiro para o Consórcio 4 Amarelo, depois a SPTrans e o que restar, será rateado entre o Metrô a e CPTM. O Edital prevê que a tarifa do Consorcio 4 Amarelo poderá ser maior que a praticada atualmente, e o consórcio receberá por todas as viagens, mesmo as subsidiadas (gratuidades). O governo do Estado também incluiu no edital os 38 municípios da região metropolitana de São Paulo (RMSP).

O diretor Manuel Xavier Lemos apresentou todas as ações jurídicas e políticas adotadas pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo para barrar a entrega da Linha 4 do Metrô para a iniciativa privada.

Na reunião o diretor do Sindicato dos Condutores, José Carlos Negrão lembrou que a privatização da CMTC representou o início do processo de ataque ao transporte público em São Paulo e que o Sindicato travou uma grande luta na implantação da catraca eletrônica, que culminou na formulação da Lei de autoria do ex-vereador Alcides Amazonas (PCdoB) que garantiu a manutenção do emprego aos cobradores. “Agora o PSDB quer derrubar a lei”, disse o sindicalista.

O presidente do Sindicato dos Ferroviários, Edson Wilson Bernardes França, afirmou que a audiência pública realizada pelo governo deixou muitas dúvidas e a certeza de que haverá redução de postos de trabalho. O Sindicato dos Ferroviários representa seis mil trabalhadores nas Linhas 7 e 10 da CPTM.

O diretor do Sindicato da Zona Sorocabana, José Múcio Monteiro argumentou que a empresa reduziu o número de empregados contratados por concurso público e está ampliado a terceirização dos serviços, gerando disparidades salariais entre funcionários terceirizados e os trabalhadores concursados. Segundo Múcio, a base era composta por 22 mil ferroviários e, hoje, não chegam a 5 mil.

Para o diretor Sindicato dos Trabalhadores da Central do Brasil, Aureliano Augusto da Silva, a categoria enfrenta o número excessivo de horas-extras e a conseqüente redução do quadro de funcionários, principalmente em setores estratégicos como na manutenção.

Na avaliação de Neleu Alves, assessor do Sindicato dos Condutores, nós precisamos ganhar a opinião pública para a luta pela melhoria no transporte público e contra a privatização.

………………………………………………………………………………………………………………………….

A reunião definiu os seguintes encaminhamentos:

– Intensificar a luta contra a privatização e precarização do transporte público, com garantia de emprego e ampliação dos postos de trabalhos.

– Defender a manutenção controle da arrecadação do transporte público ao Estado, a redução do custo do transporte público e melhoria na qualidade, segurança, rapidez, comodidade, acessibilidade.

– A formação de uma comissão, com um representante de cada Sindicato, encarregada de desenvolver ações para ampliar o movimento contra a concessão do sistema de arrecadação, convidando outros sindicatos, centrais parlamentares e entidades da sociedade civil organizada para se incorporarem nesta luta.

– Realização de um Seminário em defesa de um transporte público de qualidade, elaborados material para nterlocução com população.

– Adotar ações jurídicas para barrar a concessão.

A comissão volta a se reunir no dia 25 de junho, às 10 horas, no Sindicato dos Metroviários.