Taxa de desemprego em declínio pelo quarto mês consecutivo

A taxa de desemprego para o conjunto de regiões acompanhadas pelo Sistema PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) reduziu para 13,2%, em novembro, contra 13,7%, em outubro.  Esta foi a quarta queda consecutiva. Das seis regiões que compõem a taxa metropolitana, somente no Distrito Federal não houve recuo no mês em análise.

A pesquisa é realizada  pelo convênio mantido entre DIEESE e  Fundação Seade, com o apoio do Ministério do Trabalho e Emprego e parceria com instituições e governos regionais (Distrito Federal e  regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo). Em comparação com novembro de 2008, a taxa de desemprego apresenta aumento de 1,5%, pois naquele mês ficava em 13,0%.

O mercado de trabalho metropolitano registrou, em novembro, 89 mil desempregados a menos que no mês anterior, e seu total somou  2.667 mil pessoas. Ao mesmo tempo, 41 mil pessoas incorporaram-se à força de trabalho, que passou a somar 20.182 mil indivíduos. O nível de ocupação cresceu 0,7% no período, com a criação de 129 mil postos de trabalho. O total de ocupados chegou, assim, a 17.515 mil pessoas. 

Na comparação com novembro de 2008, o conjunto de regiões pesquisadas ainda contou com 56 mil desempregados a mais. No entanto, o total de ocupados também foi superior ao de um ano atrás (17.401 mil). 

A geração de 129 mil vagas em novembro resultou de crescimento na Indústria (50 mil empregos), no Comércio (34 mil) e nos Serviços (44 mil). Houve relativa estabilidade na Construção Civil  (mais 3 mil postos) e nos Outros Setores (- 2 mil).  Apesar do fraco movimento de contratação em novembro, a Construção Civil registrou o maior incremento em 12 meses, com a abertura de 120 mil vagas que representaram um aumento de 11,9%.  Já a Indústria, embora tenha apresentado crescimento no mês,  ainda registrou redução de 7,9%, no cálculo anual. 

O crescimento de 1,0% no trabalho assalariado no mês representou a contratação de 115 mil pessoas nesta condição na esfera privada, uma vez que o setor público eliminou 43 mil empregos.  Foram abertas vagas para assalariados com (116 mil) e sem (31mil) carteira assinada.  Em doze meses, o assalariamento sem carteira apresentou recuo de 10,2%, mas o trabalho como autônomo cresceu 4,0%. 

Em outubro, houve queda de 0,8% no rendimento médio real dos ocupados que passou a corresponder a R$ 1.238 e retração de 1,1% no salário médio real, que assim recuou para R$ 1.303.  Entre outubro de 2008 e igual mês neste ano, porém, o rendimento médio real cresceu 1,0% e o salário médio, 1,8%. 

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Comportamento das regiões

Em novembro, das sete regiões onde o DIEESE e a Fundação Seade, com o apoio do MTE realizam a Pesquisa de Emprego e Desemprego, apenas o Distrito Federal registrou aumento na taxa de desemprego, que passou de 15,1%, em outubro, para 15,3%, em novembro. No entanto, esta taxa é inferior à registrada em novembro de 2008, quando chegava a 15,7%. O total de desempregados é estimado em 215 mil. 

As regiões metropolitanas de Belo Horizonte e de Fortaleza – esta última não incluída na taxa metropolitana – apresentaram as menores taxas de desemprego, com 9,8%. Na RMBH houve recuo de 2,0% na comparação com outubro, mas um crescimento de 18,1% em relação a novembro do ano passado e os desempregados somavam 249 mil.  Em Fortaleza, onde 172 mil pessoas estavam desempregadas, a variação frente ao dado de outubro é a mesma (2,0%), mas não existem dados para comparação com 2008. 

Na  Região Metropolitana de Porto Alegre, a diminuição da taxa de desemprego foi de 3,8%, que assim ficou  em 10,0%. Em relação a novembro do ano passado, o recuo foi de 2,0%  e o total de desempregados foi estimado em 200 mil pessoas. Na Região Metropolitana de São Paulo, a taxa de desemprego reduziu-se em 3,0%, passando de 13,2%, para 12,8%. Esta taxa ainda é 4,1% maior que a de novembro de 2008.  Os desempregados somaram 1.357 mil pessoas. 

O recuo da taxa de desemprego na Região Metropolitana de Salvador foi de 4,8%, na comparação entre outubro e novembro, com a taxa do último mês ficando em 17,8%.  Em relação a novembro do ano passado a retração foi a maior entre as regiões pesquisadas, chegando a 10,6%. O total de desempregados ficou em 329 mil. A maior redução mensal na taxa de desemprego foi apurada na Região Metropolitana de Recife (7,8%), e sua taxa, de 17,7%, deixou de ser a maior entre as regiões pesquisadas. O número de desempregados ficou em 317 mil. Em relação a novembro de 2008 a queda é de 2,7%.

O nível de ocupação cresceu  2,6% em Recife, em relação ao mês anterior,  e foi 2,0% maior que em igual período de 2008, com  o total de ocupados chegando a 1.472 mil pessoas. Em Salvador, o crescimento foi de 1,1% no mês e de 2,2% em um ano, com o total de ocupados correspondendo a 1.518 mil.  Belo Horizonte registrou expansão de 0,9% em comparação com outubro e relativa estabilidade (0,2%) em relação ao ano passado. O total de ocupados chegou a 2.272 mil. 

Os ocupados somaram 9.248 mil em São Paulo, com crescimento de 0,6% na comparação mensal e 0,3%, na anual.  Houve pequena variação no total de ocupados, em relação a outubro,  no Distrito Federal (0,2%) mas forte crescimento na comparação anual (3,5%). O número de pessoas ocupadas na região foi estimado em 1.185 mil.  Porto Alegre apresentou ligeira variação negativa (-0,1%) no nível de ocupação no mês e queda mais acentuada (-1,0%) no ano, com o total de ocupados ficando em 1.800 mil. Em Fortaleza, o nível de ocupação cresceu 0,6%, e o total de ocupados somou 1.580 mil, em novembro. 

O comportamento do nível de rendimento médio real do conjunto de ocupados foi diferenciado nas várias regiões. Foi verificada redução de 1,7%, em São Paulo, com o rendimento médio passando a valer R$ 1.274; de 1,5%, em Belo Horizonte, que assim correspondeu a R$ 1.238; e de 1,0%, no Distrito Federal onde o valor médio ficou em R$ 1.810. Houve relativa estabilidade em Fortaleza (-0,2%) com seu valor ficando em R$ 910. Já em Porto Alegre, o rendimento teve alta de 2,2%, passando a valer, em média, R$ 1.257; em Recife foi apurado aumento de 2,1%, com seu valor alcançando R$ 768 e em Salvador, a elevação foi de 1,4%, o que representa um rendimento médio de R$ 991.  Entre outubro de 2008 e de 2009, no conjunto das regiões pesquisadas, o rendimento médio real registrou aumentos em Belo Horizonte (4,5%), Porto Alegre (3,2%) e São Paulo (0,7%) e reduções no Distrito Federal e Salvador (de 2,3%, em cada localidade) e de 0,5%, em Recife. 

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Fonte: Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos)