Teses do coletivo Atitude Metroviária

  • Conjuntura

O Brasil atravessa um dos piores momentos de sua história com um conjunto de crises, seja ela provocada por uma política econômica desastrosa ou por uma pandemia, no caso da Covid-19; mas todas elas com um mesmo DNA: o governo Bolsonaro.

Não podemos deixar de lado que esse momento que atravessamos teve sua origem no golpe em 2016 com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A burguesia, inconformada após 4 derrotas eleitorais seguidas e um modelo político-econômico centrado na distribuição de renda e inclusão social, articulou um conjunto de atores jurídicos com a Lava Jato, políticos recompondo partidos oligárquicos e mesmo sociais aglutinando setores evangélicos e movimentos fascistas que defendem a volta da ditadura militar, inclusive com segmentos da sociedade que se beneficiaram de programas sociais e dos eternos “apolíticos”, que nem em eleição votam, o chamado lumpesinato.

Com farta distribuição de verbas e com promessas de emendas no governo Temer, partidos e seus parlamentares aprovaram um processo inexistente de “pedalada fiscal” e depuseram uma presidenta democraticamente eleita. Com isso decretavam o fim de políticas tendo o Estado como elemento-chave do processo econômico e retomando a forma mais nefasta e cruel do neoliberalismo.

O ápice desse processo se produziu com a absurda prisão de Lula e sua cassação para disputar as eleições de 2018, deixando pavimentada a eleição de Bolsonaro-Guedes num processo de farsas e trapaças jamais vistas em nossa história, aprofundando a retirada de direitos sociais e de políticas públicas voltada para população de baixa renda.

Os resultados dessa tragédia podem ser vistos em todos os indicadores econômicos e sociais: a explosão do desemprego, que atinge mais de 14 milhões de brasileiros, a destruição do parque produtivo nacional, principalmente no setor petrolífero e indústria naval, a entrega de patrimônio público a empresas privadas nacionais e internacionais, como na nova política de concessão dos poços de petróleo incluindo o pré-sal e o retorno da fome e da miséria, que hoje atinge um em cada quatro jovens.

É preciso deixar claro que todo esse desarranjo não foi culpa da Covid-19, mesmo que ela tenha causado grandes estragos, mas de uma política econômica desde o governo Temer, centrada no rentismo dos bancos e no mercado, política essa praticamente abandonada em todos os países centrais, mesmo os capitalistas.

Nesse cenário, reconstruir o Brasil não será tarefa das mais fáceis. Passa pela articulação dos partidos políticos de esquerda em candidaturas fortes para o governo federal e estados, a eleição de uma grande bancada para sustentação política no Congresso Nacional e por uma ampla organização social para sustentar políticas públicas a serem encaminhadas em novos governos. Mais ainda será necessária uma verdadeira guerra para desconstruir o bolsonarismo, que envolve grande parte da população. Somente um trabalho de base forte e organizado poderá reverter esse quadro.

Assinam esta tese:
Atitude Metroviária — CUT
Marcos Freire, Eduardo Pacheco, Marlene, Ivania, Amaral, Nailton (Buchecha), Vinicius Morgado, Tania Machado, Pedro Alessandro, Manoel Viturino, Valdir Granito

 

  • Movimento Sindical

HISTÓRIA E MEMÓRIA

Toda história de lutas tem um passado e este legado traz a memória viva e a reflexão pelas lutas passadas, força e acúmulo para as lutas que virão. Sem passado, não temos história.

Nossa categoria tem uma história de lutas muito forte e encantadora, neste sentido, é preciso que tenhamos à mão sempre que possível a memória para reflexão sobre nossas conquistas e para que possamos nos inspirar e encantar aos que não tiveram o privilégio de estar conosco, no passado, mas que constroem diariamente nosso presente e futuro, sendo também parte deste legado.

Nossa sugestão é de que se construa um painel em formato de linha do tempo com as principais conquistas da categoria metroviária ao longo do tempo, e que este painel esteja sempre sendo atualizado e presente como informativo, apresentação e memória viva de nossas lutas em nosso site, com acesso visível e imediato em nossos documentos como cartilhas, caderno de teses, em nossas publicações, emitidas na maioria das vezes hoje de forma digital, para que a categoria tenha acesso, orgulho e se inspire em nossa história e memória de lutas.

Assinam esta tese:
Atitude Metroviária — CUT
Amaral, Marlene Furino, Eduardo Pacheco, Nailton, Marcos Freire, Morgado, Pedro Lourenço, Tania, Machado Candia,
Gilbenita, Valdir Granito, Ivânia, Mané Viturino

 

  • Estatuto

SENSIBILIZAR E APROXIMAR

Nosso Estatuto, em seu Capítulo II – Dos Associados – Direitos e Deveres, traz a seguinte redação:

ARTIGO 4º – A categoria profissional representada pelo Sindicato é constituída por todos os trabalhadores em empresas de transportes metroviários e por todos os trabalhadores em empresas operadoras de veículos leves sobre trilhos, bem como por aqueles que prestam serviços a essas empresas, ainda que não mantenham com elas vínculo empregatício.
Parágrafo único — O direito de associar-se ao Sindicato é assegurado a todos os trabalhadores que integram a categoria profissional identificada no caput deste artigo, incluídos os aposentados, desde que continuem contribuindo financeiramente com a entidade sindical.
Neste sentido, e observando que o Sindicato representa um grupo extremamente diverso de trabalhadoras e trabalhadores, nossa proposta é de que a entidade faça campanhas de sensibilização e aproximação para todos os representados mas, principalmente para as “tribos” — grupos da categoria mais afastados da entidade — como, por exemplo, o contratados e os aposentados que não estão mais na ativa, trazendo tanto nosso histórico de lutas como também as possibilidades de acesso a apoio e cuidado que podem ser propiciados pela entidade, também para aqueles que muitas vezes mais precisam, e que às vezes eventualmente nem sabem que podem contar com o Sindicato num mundo do trabalho tão precarizado e desolado do ponto de vista de direitos, e que sem acesso ou perspectivas e informações fica muito pior.

Assinam esta tese:
Atitude Metroviária — CUT
Amaral,
Marlene Furino,
Eduardo Pacheco,
Nailton,
Marcos Freire,
Morgado,
Pedro Lourenço,
Tania Machado Candia,
Gilbenita,
Valdir Granito,
Ivânia,
Mané Viturino